segunda-feira, 12 de novembro de 2012

RIO MAR INAUGURADO SEM AS DEVIDAS MEDIDAS DE SEGURANÇA. MUITA FALHA AINDA.










Bernardo: falta de estrutura no RioMar dificultou socorro ao pai
 
Pensei bastante antes de publicar isso, não gosto de expor minha vida assim, mas neste caso, senti a necessidade.  O último sábado (03.11.12) eu perdi o meu pai, meu grande amigo, está sendo um choque para a nossa família, iremos superar, tenho certeza, mas o que nos deixou indignados foi o fato de como ocorreu isso.

Sábado meu pai foi com a minha mãe e mais duas tias para o shopping Rio Mar. Chegando lá eles se separaram e combinaram um horário de encontro (19:40), meu pai ficou só e minha mãe com as minhas tias. Antes desse encontro, meu pai estava na loja Le Biscuit, onde passou mal e caiu. Nesse momento tinha uma família, a qual agradeço imensamente, que viu o fato e tentou socorrer. Uma das pessoas era técnica de enfermagem e tentou fazer os primeiros socorros da maneira que podia. Neste momento, outro membro da própria família, solicitou socorro aos funcionários da Le Biscuit, mas além de quererem “abafar” o caso, tentaram tomar o celular do meu pai que estava na mão dele, nesse momento o coração do meu pai ainda batia.

Depois de 20 minutos chegaram os bombeiros, sem nenhum equipamento e sem saber fazer os procedimentos corretos, só depois de mais algum tempo conseguiram um desfibrilador, mas não sabiam exatamente como usar. 

Agora vem a parte da triste coincidência, eu estava no térreo do Rio Mar, próximo a saída, com uns amigos, quando vejo os bombeiros passando com uma pessoa, era o meu pai, até esse momento eu não sabia nem que meu pai estava no shopping, corri acompanhando ele até a saída para levarem até a ambulância, mas que ambulância? O carro do socorro era uma Hilux da segurança do shopping, eu vi o momento em que colocaram o meu pai na caçamba e arrancaram com o carro, detalhe: ele quase cai da caçamba, por sorte alguém segurou a maca quando estava caindo, pararam o carro e seguiram. 

Corri até meu carro para ir ao hospital, tentei ligar inúmeras vezes para minha mãe, mas o sinal do celular dentro do shopping é péssimo, meus amigos tiveram que anunciar o nome dela no shopping. Quando eu tento sair do shopping, depois de muita luta contra o engarrafamento, vejo uma ambulância do SAMU tentando sair do Rio Mar (meu pai não estava lá), mas a ambulância não conseguiu sair porque era mais alta do que o teto da saída do shopping, tiveram que seguir para outra saída mais distante. 

Infelizmente quando eu cheguei ao Hospital Português, recebi a triste notícia de que ele havia falecido.

A história poderia ter sido diferente, se tivesse um socorro adequado, digno de um shopping do porte do Rio Mar. Deixo esse fato público não só pensando na minha família, mas em outras milhares que frequentam o Rio Mar, para que fatalidades como esta não aconteçam outra vez.

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Força, Bernardo. Meus sentimentos. Foi uma fatalidade, você deixou bem claro, mas o shopping tem sua responsabilidade. O alerta foi dado da pior forma possível: com o extremo de uma morte. A lição deve ser estendida a todos os outros espaços que recebem um grande fluxo de pessoas. Gente, questões envolvendo segurança, rotas de fuga e acessibilidade são fundamentais em qualquer obra!
 
E sabe o que é pior? Nada disso vai ser noticiado e a tragédia ocorrida no RioMar vai passar em branco para o grande público. Duvido que seja publicado em algum jornal.

UPDATE: Tenho informações seguras do Hospital Português de que o senhor em questão (pai do Bernardo) deu entrada já morto no hospital. Fato lamentável que comprova o ocorrido. Podem ligar para lá e perguntar. Eles não podem esconder a ficha de entrada do paciente.

2 comentários:

  1. ESSE SHOPPING FOI CONSTRUIDO EM CIMA DE UM MANGUEZAL E AS AUTORIDADES NADA FIZERAM PARA PROIBIR. PORQUE SERÁ?

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  2. João Carlos Paes Mendonça, dono do Rio Mar, é também proprietário do Sistema Jornal do Commercio, com jornal, rádios e televisão na capital pernambucana a seu favor. A nova sensação de Recife, é alvo de uma grande polêmica na cidade. Tudo foi rigorosamente. abafado

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