Campanha do Conselho Nacional do Ministério Público quer reduzir homicídios por motivos fúteis
Estudo da entidade revela que 43,13% dos assassinatos com causa conhecida ocorridos no Estado em 2011 foram cometidos por impulso ou motivo fútil
Divulgado hoje durante o lançamento da campanha nacional "Conte até 10. Paz. Essa é a atitude" que pretende combater as mortes cometidas por impulso ou motivo fútil, um estudo do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) revela que 43,13% dos assassinatos com causa conhecida ocorridos no Estado em 2011 foram cometidos dessa maneira.
Apesar de não apresentar a participação dos crimes esclarecidos no total de mortes registradas, índice que varia de Estado para Estado, o levantamento serve de apoio para a ação que tenta reduzir as mortes em brigas de trânsito, agressões domésticas e por intolerância.
— É preciso que a população tenha consciência de que muitas mortes ocorrem em situações do dia a dia. São homicídios cometidos por pessoas sem antecedentes criminais — explica a juíza Taís Ferraz, coordenadora do Grupo de Persecução Penal da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp) e conselheira do CNMP.
Para conscientizar a população, a campanha contará com apoio de atletas que praticam esportes de contato. Quatro atletas estrelam os filmes da campanha, que serão veiculados gratuitamente pelas principais emissoras de TV do país. Anderson Silva, campeão mundial peso-médio do UFC, Júnior Cigano, campeão mundial peso-pesado do UFC; Leandro Guilheiro, judoca duas vezes campeão olímpico; e Sarah Menezes, judoca campeã olímpica em 2012. Eles aderiram à iniciativa sem cobrar cachê. Entre as mensagens inseridas na ação estão "Quem é da paz não briga", "A raiva passa. A vida fica" e "Sua vida vale mais que qualquer briga".
Conforme a entidade, entre 2011 e 2012, os homicídios por impulso ou por motivos fúteis totalizaram entre 25% e 80% dos assassinatos com causas identificadas no Brasil, a depender do estado. Em São Paulo, o índice chegou a 83% dos assassinatos esclarecidos pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) nos últimos dois anos.
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