segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O BLOG O GALHO DE MATO APOIA A ATITUDE DO CMT GERAL DA PMPE. DELEGADA DIZ O QUE QUER E OUVE O QUE NÃO QUER.


opinião

Comandante da PM diz que corporação não é omissa e respeita direitos.


Por José Carlos Pereira. Comandante Geral da PMPE.

      Lamentável a postagem da ilustre Delegada de Polícia Civil de Pernambuco e Socióloga Sílvia Renata Vila Nova, no respeitável Blog do jornalista Jamildo, no último dia 1º de novembro. A nobre delegada acusa publicamente este Comandante Geral de tentar "calar o Presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (ADEPPE)", quando este teria emitido "orientação aos Delegados pernambucanos para realizarem investigação de qualquer ato ilícito de Policiais Militares que ajam com abuso de autoridade ou usurpando funções em investigações ilegais"

Ora, e o que estariam fazendo os nossos colegas delegados, anteriormente à recomendação do Presidente da ADEPPE? Estariam prevaricando? Estariam se omitindo em investigar qualquer ato ilícito de Policiais Militares que, porventura, viessem a agir com abuso de autoridade ou cometendo usurpação de funções da polícia judiciária? Evidentemente que não. Mantenho contatos frequentes com vários Delegados de Polícia, profissionais competentes, comprometidos com a causa pública e abnegados. Não tenho notícia de atos de omissão, como sugere a referida recomendação. Ao contrário, vejo diariamente policiais correndo contra o tempo, sacrificando horas de lazer e arriscando as suas vidas defendendo a sociedade. Prendendo, autuando, investigando, indiciando qualquer cidadão que venha a cometer ilícitos, inclusive policiais militares e, em vários casos, os seus próprios colegas da polícia civil, pois nós todos, policiais militares e civis, não estamos desconectados da sociedade em que vivemos, muito menos imunes ao alcance da lei.

Entretanto, li, há algumas semanas atrás, com bastante pesar, a sobredita recomendação no sítio pertencente à ADEPPE. Trata-se, como toda página institucional ou privada, de um espaço público, com acesso irrestrito a qualquer cidadão, condição esta que proporciona a propagação de informações e ideias as mais diversas possíveis, possibilitando a livre interpretação e a formação de juízos de valor os mais variados. A quem interessaria, então, o trato de questões corporativas internas, de forma pública e, de certo modo, polêmica?

Vivemos um momento histórico em Pernambuco, onde o próprio Governador do Estado assumiu a responsabilidade da Segurança Pública, coordenando de perto as ações de todos os segmentos ligados à segurança dos pernambucanos, fomentando a participação de todos na busca da redução da criminalidade. E um dos principais fatores do sucesso do internacionalmente conhecido “Pacto pela Vida” é o trabalho integrado das polícias militar e civil. E isso vem acontecendo de maneira profícua, com ótimos resultados para a sociedade pernambucana. Inexplicavelmente, somos tomados de surpresa com uma recomendação óbvia, que desconsidera toda uma legislação nacional e estadual que regula as atividades do serviço reservado da PM.

Mais adiante, uma Delegada de Polícia e Socióloga semeia a discórdia entre corporações coirmãs, que vêm labutando no mesmo propósito, associando a Polícia Militar ao período ditatorial vivenciado em nosso país. Ora, este Comandante Geral, ocupante do último posto da hierarquia da PM, à beira da aposentadoria, sequer vivenciou este período, imaginem o restante da Corporação, composta de policiais muito mais jovens? Os currículos atualmente em vigor na formação de nossos quadros, obedecem a uma matriz nacional que não contempla qualquer matéria militar. Ao contrário, nossos currículos tratam de polícia comunitária, direitos humanos, sociologia e afins. O policiamento que praticamos atualmente, traz em si fundamentos de relação com a comunidade, respeito aos direitos do cidadão etc, a exemplo dos programas Patrulha do Bairro e Polícia Amiga, dentre outros. Ministramos o PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), o Projeto Patrulheiro Mirim, voltado para crianças e adolescentes em situação de risco, palestras comunitárias. Mantemos um Grupo de Trabalho que instrui permanentemente o nosso efetivo a como melhor atuar em conflitos que envolvem discriminação racial, orientação sexual, preferência religiosa etc. Certamente a ilustre delegada não tem conhecimento desse importante trabalho que realizamos. Nas últimas manifestações, chegamos a ser criticados por uma parcela da população, pelo excesso de tolerância que tivemos com alguns atos de vandalismo de Block Blocs e congêneres.

Por fim, gostaria de esclarecer que este Comandante Geral não veio a público alardear que havia solicitado a atuação da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social no caso da recomendação da ADEPPE, até mesmo por considerar que assuntos Corporativos devem ser tratados internamente, através dos órgãos competentes. E mantenho essa posição. Infelizmente, a própria Bacharela tratou de expor tal procedimento. No entanto, como representante legal de uma instituição não menos importante que a operosa e respeitável Polícia Civil de Pernambuco, cujo atual dirigente maior, foi Capitão da nossa gloriosa Polícia Militar, não posso me eximir de exigir o devido respeito aos meus comandados. São quase 20 mil ativos e mais de 10 mil inativos, que dedicam ou dedicaram parte de suas vidas em defesa do povo pernambucano. Enquanto Comandante estiver, serei diligente, respeitando o arcabouço jurídico da nação e, principalmente, o importante trabalho dos nossos colegas policiais civis, mas defendendo, irrestritamente, a integridade da minha Corporação.
POSTADO ÀS 11:41 EM 04 DE NOVEMBRO DE 2013
BLOG DO JAMILDO.

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POSTADO ÀS 16:38 EM 01 DE NOVEMBRO DE 2013

Polícia Militar de Pernambuco parece reviver tempos de ditadura-  DIZ: 
Silvia Renata Vila Nova, Delegada de Polícia e Socióloga

O dia 05 de outubro marcou os 25 anos da promulgação da Constituição Federal de 1988 que trouxe garantais fundamentais como a livre manifestação de pensamento, a liberdade de reunião pacífica e de associação. Entretanto depois de duas décadas de implementação desses princípios democráticos o Comandante Geral da Polícia Militar de Pernambuco, Cel. Carlos Pereira, tenta calar o Presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (ADEPPE), que emitiu orientação aos Delegados pernambucanos para realizarem investigação de qualquer ato ilícito de Policiais Militares que ajam com abuso de autoridade ou usurpando funções em investigações ilegais.

A orientação do presidente da ADEPPE foi realizada após Assembleia Geral na sede da Associação, onde os Delegados entenderam que a atuação de Policiais Militares fora da estrita legalidade deveria ser investigada. O presidente, Flaubert Queiroz, alertou os associados quanto aos perigos que poderiam correr os cidadãos ao se permitir que Policiais Militares utilizassem o serviço de inteligência Militar contra civis. O que segundo o comandante da Polícia Militar “pareceu uma ameaça”, e por isso solicitou oficialmente que o Delegado seja “exemplarmente” punido pela Corregedoria.

O mister constitucional dos Delegados de Polícia é proceder a investigações criminais e autuações no âmbito das atividades de Polícia Judiciária, independente da cor, orientação sexual, raça, credo ou de usar o indivíduo sapatos ou botinas. A autuação ou investigação de um cidadão por prática de crime respalda-se no estrito cumprimento do dever legal. Os Delegados pernambucanos buscaram expressar que não compactuam com atos autoritários que configuram desvio de finalidade na condução de organizações policiais e são favoráveis à investigação e punição dos comportamentos ilícitos de policiais, quando devidamente provados dentro do devido processo legal, com garantia do contraditório e da ampla defesa, e o fizeram dentro da plena liberdade de associação.

As Polícias Militares dos Estados são forças auxiliares do Exército assim foram formadas e são até hoje treinadas e organizadas, numa estrutura hierarquizada. O estudo “O que pensam os profissionais de segurança pública no Brasil” realizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) ouviu 64.130 servidores da Segurança Pública. Identificando que mais da metade dos policiais militares de baixas patentes dizem que já foram humilhados ou desrespeitados por superiores. O relatório da consulta da SENASP destaca que as consequências do quadro atual são sentidas também pela sociedade em geral, ressaltando que as PMs não estão organizadas como polícias, mas como pequenos exércitos desviados de função, os resultados são, salvo exceções frequente insensibilidade no relacionamento com os cidadãos.

É indispensável ter esses elementos claramente identificados, inclusive para estabelecer os próximos passos a serem dados para o aperfeiçoamento da agenda da segurança pública. As grandes manifestações de rua abriram uma nova conjuntura e necessidade de reconfigurar de maneira expressiva o papel das forças coercitivas do Estado na Democracia.

BLOG DO JAMILDO.




11 comentários:

  1. Boa resposta Comandante.
    Pode ter certeza que o Sr. tem uma legião de bons Oficiais ao seu lado.
    Parabéns.

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  2. Que absurdo, o que essa delegada quer com isso ? gerar um conflito entre as duas Policias ? O delegado Osvaldo Moraes foi Capitão da PMPE e é um homem digno, Coronel Carlos não poderia ficar calado, parabéns grande comandante

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  3. Tem uma música, que diz que a injustiça dói, nós somos madeira de lei que o cupim não rói. É feito a PM, madeira de lei que o CUPIM, não rói, podem até tentar, mas não conseguem.

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  4. A delegada em partes estar certta major, vcs ofciais só pensam em promoções, os que não conseguem se frustao e ficam do lado das pracas, engraçado tem um comentatio ai que diz que o cmt geral estar arrodeados de grandes oficiais, as praças não contam não é?

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  5. Quero saber qual foi a praça que algum oficial que se acha o cara nunca tentou humilhar, esses abusos agente ver diariamente major, não pelo senhor, mais o exemplo estar ai bem ao seu lado.

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  6. O cmt geral estar mostrando o quanto ele estar preocupado em defeender a tropa dele major, não em só defender parte dela, ele não estar dividindo oficiais e praças não. MAIS ALGUNHUNS DE VCS OFICIAIS NA GRANDE MAIORIA DIZEM QUE A POLICIA É DE VCS. Por isso ficamos sendo alvo de criticas de outras instituições.

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  7. Só os comentarios que servem são os que convem aos oficiais major? O senhor mudou seus conseitos sobre publicar os pensamentos das praças? Então não adianta comentar.

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  8. Sr. MAJ PM Pires,a Dr.Sílvia quando diz:ressaltando que as PMs não estão organizadas como polícias, mas como pequenos exércitos desviados de função, os resultados são, salvo exceções frequente insensibilidade no relacionamento com os cidadãos.policiais militares de baixas patentes dizem que já foram humilhados ou desrespeitados por superiores.Isso é uma realidade vivida em alguns quarteis.

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  9. É lamentável que uma Delegada dedique seu tempo para publicar um texto te tamanha desclassificação, bem se ver que ela não conhece nada da polícia militar, muito menos o Cmt Geral. Todos nós sabemos e ela também que a polícia realiza policiamento ostensivo com uniformes nas ruas, e nem por isso ninguém procurou investigar usurpação de função. O próprio governador sabe de tudo que ocorre nas duas policiais e julga como sendo trabalho necessário e agregador qualquer ações (dentro dos princípios dos direitos humanos) de ambas no sentido de buscar melhores resultados contra a criminalidade. A ilustre Delegada atesta com suas palavras que certamente o Governador está equivocado na sua forma de conduzir a segurança pública de nosso estado. Demonstra ser desconhecedora dos avanços na relação PMPE x Polícia Civil que o Pacto pela Vida proporcionou. Vá estudar para aprender.

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  10. Ja passou da hora de sermos unidos, ou trabalhamos em armonia com a PC ou faz uma só policia, cada um vai saber o que vai ser dentro dessa unica policia. Vamos deixar de brugas, pois só quem paga o preço são aqueles que trabalhão nas ruas, quando chegam nas delegacias e são maus recebidos...

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  11. Sr. Maj Pires, a realidade foi dita pela Drª Silvia, não vamos tapar o sol com a peneira!Ex; alguns oficiais deixam de fiscalizar menor pilotando moto para fiscalizar Cb e Sd Pm, sem cobertura,sem botão,etc.

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