domingo, 24 de novembro de 2013

ENTRE HOMENS E LOBOS

        Genericamente o que distingue o homem dos demais animais é a sua racionalidade. A razão é a sua essência e esta, obviamente, pode ser boa ou má. Ao que me parece, a busca implacável por um lugar ao sol, a competitividade que eclodiu junto à urbanização e a desigualdade social colaboram no sentido de atenuar a perversidade humana.
            Ao longo da história, mais especificamente no século XVI, Hobbes criou o personagem do Leviatã para fundamentar a necessidade de controlar esta maldade. Hoje, no século XXI, criamos um mecanismo ainda mais curioso que o do filósofo, a hipocrisia. Este termo tem origem no latim e significa à representação de um ator, neste caso a atuação está em demonstrar valores que não se tem. Embora que todos os homens presentes num determinado espaço sejam maus, e um não tenha conhecimento desta condição nos demais, ele agirá travestido de um bom samaritano, para permanecer na atuação de um personagem que se encaixe num comportamento de retidão, porém falseado.
            Não procuro negar a bondade imanente ao humano, apenas chamar a atenção para uns maus que nos circundam e não podemos evitar. Ao menor deslize, o bote pode ser dado com a intenção de derrubar quem tem notáveis condições de ascender, pois nenhum homem admite se ver inferior em relação ao outro. Os bons procuram seguir caminhos morais, como procurar meios de enriquecer intelectualmente, por exemplo, já outros procuram puxa-lo para o fundo do poço, para que permaneça na mediocridade, assim como o incapaz.

            Parafraseando Plauto, “O homem é o lobo do próprio homem”. Talvez o folclórico homem-lobo seja mais real e cotidiano do que possa supor nossa vã filosofia. Desta maneira seguimos nos esquivando e sempre indo em frente, procurando os de boa essência, que ocasionalmente podem ser chamados de amigos, e aprendendo dia-a-dia a conviver e sobreviver entre homens e lobos.
                                                                                                            Por Raphael Melo

3 comentários:

  1. Uma ótima reflexão Raphael, temos o bem e o mal dentro de nós, são os nossos valores e princípios que determinam nossas esscolhas e as vezes não...dualidade.
    "Se as pessoas são boas somente por causa do seu medo de punição e sua esperança por recompensa, então nós somos, de fato, uma desculpa." - Albert Einstein

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  2. Uma ótima reflexão Raphael, temos o bem e o mal dentro de nós, são os nossos valores e princípios que determinam nossas esscolhas e as vezes não...dualidade.
    "Se as pessoas são boas somente por causa do seu medo de punição e sua esperança por recompensa, então nós somos, de fato, uma desculpa." - Albert Einstein

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  3. Ótima reflexão Raphael, todos temos o bem e o mal, anjo e demônio dentro de nós. São aspectos de um todo em constante mudança, ao mesmo tempo opostos entre si e complementares. De que lado estamos? As situações determinarão as escolhas, a vivência, a experiência, o caráter..."Se as pessoas são boas somente por causa do seu medo de punição e sua esperança por recompensa, então nós somos, de fato, uma desculpa." - Albert Einstein

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