quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

MORRE EM SÃO PAULO O EX MINISTRO FERNANDO LYRA.


FERNANDO SOARES LYRA-


Filho de João Soares Lyra Filho e Guiomar Farias Lyra, nasceu no Recife, a 8 de outubro de 1938, bacharelando-se em Direito pela Faculdade de Direito de Caruaru em 1964 passando a trabalhar como advogado. Começou sua vida pública pelo MDB ao ser eleito deputado estadual por Pernambuco em 1966. Fernando Lyra fez parte dos "Autênticos do MDB" - parlamentares que, dentro e fora do Congresso, desafiavam a ditadura, lutando pela democracia. Candidato a deputado federal foi eleito em 19701974 e 1978 e transitou do "grupo autêntico" para a ala dos "moderados" ao longo de sua estadia em Brasília, sobretudo por sua aproximação com Tancredo Neves. Após o fim do bipartidarismo ingressou no PMDB em 1980 e foi reeleito deputado federal em 1982 afastando-se do mandato para ocupar o Ministério da Justiça no início do governo José Sarney, indicado que fora por Tancredo Neves em reconhecimento ao seu papel de coordenador político na campanha do político mineiro rumo ao Planalto em 1985.
Reeleito deputado federal em 1986 ingressou no PDT no ano seguinte e em 1989 foi candidato a vice-presidente na chapa de Leonel Brizola nas eleições daquele ano não chegando, porém, ao segundo turno que foi disputado entre Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva. Em 1990 foi eleito primeiro suplente de deputado federal sendo efetivado em 1º de janeiro de 1993 quando já estava filiado ao PSB. Há mais de 40 anos na vida pública, exerceu seu último mandato de deputado federal até 1998, quando não disputou a eleição: garante que seu estilo de atuação não tem mais espaço no Congresso.
Desde 2003, presidia a Fundação Joaquim Nabuco  (Fundaj), órgão do Ministério da Educação, após esta cadeira ser ocupada durante 31 anos por Fernando Freyre, filho de Gilberto Freyre.
Em 2006, teve papel importantíssimo na campanha e vitória de Eduardo Campos, neto de Miguel Arraes para governador, com seu irmão, João Lyra Neto, na chapa como vice-governador de Pernambuco. Do mesmo modo, contribuiu para a reeleição de Eduardo Campos em 2010 numa votação histórica, com quase 83% dos votos sobre o senador e ex-governador de Pernambuco Jarbas Vasconcelos.
Faleceu no Instituto do Coração, em São Paulo, aos 74 anos de idade, em decorrência de infecção urinária agravada por problemas cardíacos.

Cargos que ocupou:
    1º Secretário da Câmara dos Deputados -1983/84
  - 2º Vice-Presidente – Corregedor da Câmara dos Deputados -1993/94
  - Líder de Bancada na Câmara dos Deputados – 1996
  - Procurador da Câmara dos deputados – 1997/98
  - Membro da Comissão de Sistematização da Assembléia Nacional Constituinte, 1987/88 
  - Coordenador, no Congresso Nacional, da candidatura de Tancredo Neves à Presidência da República, 1983/84
Missões Oficiais ao Exterior:
- Viagem a convite do Governo mexicano para visitar áreas de Reforma Agrária e irrigação – México, 1974
  - Congresso Interparlamentar: Londres, Inglaterra, 1975- Sófia, Bulgária, 1994
  - Viagem a convite do Governo Americano – EUA, 1975
  - Visita A Portugal a convite do Partido Socialista – Portugal, 1977
  - Participante do Congresso da Internacional Socialista – Madrid, Espanha  1977
  - Viagem a convite da Fundação Friedrich Herbert – Alemanha, 1980, 1981 e  1984
  - Viagem a convite do governo da Itália, 1982
  - Viagem como Ministro de Estado – Alemanha, 1985
  - Congresso Interparlamentar em Manágua, 1987
  - Viagem para participar da Assembléia Extraordinária do Parlamento Latino- americano – Costa Rica, 1990
  - Observador Parlamentar na Assembléia da ONU– Nova Iorque, EUA, 1993-1994 e 1997
  - Palestra no Instituto de Estudos brasileiros na Universidade de Sorbonne,  Paris 1994
  - Congresso da UNESCO – Paris, França, 1997
  - Representante do Congresso Nacional no Congresso Internacional de Estudantes Universitários - Lisboa, Portugal, 1998.
          


                       Em 2009, lança o livro 'Daquilo que eu sei - Tancredo e a transição democrática’ onde revela, através das memórias pessoais do autor, o período histórico das 'Diretas Já' e da derrocada do Regime Militar.‘Daquilo que eu sei’ é o título do livro que retrata seu trabalho como um dos articuladores da eleição de Tancredo Neves. É justamente sobre esse capítulo da sua vida e da história do Brasil que o autor decide falar.
A obra é um misto de revelações pessoais e dos bastidores do processo de transição democrática iniciado no Brasil com o fim da ditadura militar. Ela é composta de anotações e reflexões de Fernando Lyra, com foco principalmente na década de 80, mostrando o que o autor viu e viveu na política.
Fernando Lyra esteve à frente da campanha das Diretas Já e de todo o processo que culminou na escolha de Tancredo Neves para a candidatura à presidência da República e sua eleição pelo Colégio Eleitoral, marcando o fim do Regime Militar. De adversário dentro do partido (o MDB), Fernando Lyra passou à condição de homem de confiança do futuro presidente.
O livro trata ainda da morte de Tancredo, da ação de Fernando Lyra no Ministério da Justiça, durante o governo de José Sarney, na desconstrução da lei da censura e do relacionamento tenso do autor com o político Ulysses Guimarães. 'Daquilo que eu sei - Tancredo e a transição democrática' conta com a participação de companheiros de trabalho e amigos de Fernando Lyra. O jornalista Mauro Santayanna é um dos autores das apresentações. Além dele, assinam pré-textuais ou apresentações Cristóvam Buarque, José Paulo Cavalcanti Filho e Joaquim Falcão, todos pessoas estiveram com Fernando Lyra no Ministério da Justiça. A obra apresenta ainda fotografias do acervo pessoal de Fernando Lyra e imagens cedidas pela fotógrafa Paula Simas  .Historia PE (discussão) 13h55min de 2 de novembro de 2010 (UTC)

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