quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

VEJAM O QUE A IMPRENSA DO SUL PENSA DO GOVERNADOR EDUARDO CAMPOS.


15/01/2013
 às 17:42

Aposto R$ 1 milhão em Eduardo Campos. Ou: Sem o Sobrenatural de Almeida, quais são as suas chances?

Se me pedirem para apostar um dinheiro na candidatura de Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, à Presidência da República, mando brasa: arrisco logo R$ 1 milhão. Aposto que não vai concorrer — não em 2014 ao menos. É evidente que eu não tenho esse dinheiro. Mas estou convicto de que vou ganhar, entenderam?
Setores influentes da imprensa brasileira elegem os seus queridos. Campos entrou nessa categoria. Ninguém, fora de Pernambuco, sabe quem é ele, mas o homem faz um sucesso danado na imprensa, e eu, francamente, até hoje, não consegui entender por quê. Fiquei tentado a achar que era por seu pensamento. Procurei e não consegui identificar nada muito convincente. Seria, então, a sua gestão revolucionária em Pernambuco? Tem a aprovação da maioria dos pernambucanos e conseguiu eleger seu próprio poste para a Prefeitura de Recife, mas não estamos diante de um novo paradigma.
Por que, afinal de contas, Eduardo Campos é presidenciável, além de ser pelo fato de que Campos e seus amigos o consideram presidenciável? Não sei.
E olhem que…E olhem que torço para que apareça uma alternativa ao petismo. As oposições são tão fracas, e seus horizontes, tão nebulosos e confusos que estou começando a considerar a possibilidade de que só mesmo um racha no governismo quebrará a hegemonia petista — assim como o racha PSDB-PFL em 2001 foi fundamental para a eleição de Lula em 2002.
Uma divisão no bloco liderado pelo PT seria uma boa notícia para o país, sim. Até torço por isso. Mas fico cá me perguntando por que Campos o promoveria e quem mais, além da imprensa, sabe de seu eventual pleito.
Nunca cheguei a ter dúvidas sobre a sua não candidatura. A partir de ontem, fiquei ainda mais convicto. O que foi mesmo que se noticiou? Ah, sim, lembrei: ele garantiu que apoia o governo Dilma até o fim de 2013. Já em 2014… Esperem aí: “Já em 2014, o quê?”. Devemos esperar que o desconhecido Campos venha a público para dizer algo assim: “Olhem, fiquei com a presidente Dilma durante três anos; com os petistas, estou há 11, mas, agora, descobri que eu posso fazer melhor…”.
Pode? E vai se apresentar com qual discurso? Certamente não teria como bater em Dilma e no lulismo, certo?, em cujas águas bebeu. Se um candidato francamente de oposição já terá dificuldades enormes para enfrentar o petismo — não em razão das qualidades do governo, mas da falta de senso da oposição —, imaginem alguém que viesse com aquela conversinha “nem-nem”: “Olhem, a presidente Dilma é bacana, é batuta, mas o governo dela é ruizinho… Muito prazer, brasileiros, eu me chamo Eduardo Campos, tenho olhos azuis, sou neto de Miguel Arraes e quero ocupar aquela cadeira…”.
Quem quer apostar um milhão comigo? Eu vou ganhar!
“Ah, mas e o imponderado?” Ah, bom, pode entrar na história a personagem de Nelson Rodrigues, o “Sobrenatural de Almeida”, e mudar o jogo. Digamos que Dilma e Lula não possam concorrer por esse ou aquele motivos… Aí Campos até poderia ser uma alternativa no terreno governista… Com a atual presidente em condições de pleitear o segundo mandato, não vejo, não agora, o governador de Pernambuco se desgarrando, seja para se lançar candidato, seja para se juntar, sei lá, a Aécio Neves — caso este venha mesmo a ser candidato.
Os eventuais “campistas” não fiquem zangados. Exceção feita àquela lambança mal explicada dos precatórios, nada sei que desabone o governador de Pernambuco. E até torço, viu, Campos?, por um racha no blocão liderado pelo PT. Mas rachar por quê? Em nome do quê?
A mim me parece que Campos, neste 2014, lutará por mais espaço na aliança. Uma eventual candidatura ficará para 2018, numa disputa sem Lula e sem Dilma. Se o atual governador de Pernambuco continuar sem uma ideia original até lá, poderá tentar falar em nome da… continuidade. Por ora, ele seria, para a esmagadora maioria dos brasileiros, apenas um candidato novo sem novidade.
Por Reinaldo Azevedo- REVISTA VEJA

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