"Instituto Royal: Os cães, as responsabilidades e os
limites."
Nos últimos dias, o caso da retirada de cães
de um laboratório em São Roque, no interior de são Paulo, vem tendo grande
repercussão. Quando um grupo de pessoas invadiu o Instituto Royal e de lá
retirou, ou, juridicamente furtou cães da raça Beagle que ali estavam, vários
assuntos vieram a tona; qual o limite para uso de animais em pesquisas de qualquer
natureza? Os danos aos animais são compensados pelos benefícios que vem com
essas pesquisas? Onde entra a ética nesses casos? Qual o limite para se
"fazer justiça" com as próprias mãos? Vamos refletir juntos.
Institutos como o Royal,
existem por todo mundo e, pesquisas com animais também são feitas em todo o
mundo. Precisamos entender que quando um animal adentra a um laboratório para
servir de experimento, seu retorno para a área externa desse laboratório ou para
uma possível adoção, precisam ser feitos com muita cautela, porque isso? Para
servir de cobaias, estes animais podem vim a tem introduzidos dentro de si,
diversos organismos vivos que serão acompanhados cientificamente juntos com
tais animais, ou seja, podem ser: vírus, bactérias, fungos, parasitas, mutações
genéticas, etc... O que obriga com que seu contato com os demais seres seja monitorado
com bastante atenção. Especialistas já alertaram que as pessoas que estão tendo
contato com os animais tirados do Instituto Royal, podem está correndo certo
tipo de risco, pois, provavelmente quem está com esses animais, não sabe a real
situação de saúde dos tais, e o que eles podem transmitir ou receber na área
fora do laboratório. Ainda nesse sentido, acredito que as autoridades, juntos
com entidades médicas, farmacêuticas, biológicas, entre outras, junto com o
Instituto Royal, deveriam vir a público e passar orientações mais claras sobre
a real situação desses animais e o real perigo que as pessoas que com eles
estejam, estão tendo. É triste ver que parece haver pouco ou pouquíssimos
esforços dos envolvidos para passar essas orientações.
O Instituto Royal afirma em
vídeo divulgado em seu site oficial, que seguia rígidos padrões éticos na realização
de suas pesquisas, inclusive sendo fiscalizado por diversos órgãos competentes.
Eu "confio e desconfio" de tal afirmação, mas não posso fazer
afirmações, pois, tudo o que vi até agora foram fotos pela internet e notícias
divulgadas em meios de comunicação, além do vídeo oficial que se encontra no
site do próprio instituto, e sei que interesses privados e pessoais, fazem com
que exista muita manipulação de informação principalmente na internet. Quem
pode fazer afirmações é quem lá esteve, e mesmo assim, precisamos ter bastante
cuidado ao avaliar essas afirmações.
É importante ressaltar que a
impunidade que "impera" em nosso país, muitas as vezes nos faz querer
fazer justiça com as próprias mãos ao ver situações que nos desagrada, porém,
aonde está o limite nisso ? Se tratando do caso em evidência, é válido invadir
um lugar e destruir o que ali está, por causa de um possível sentimento de
justiça, sem pensar que ali também podem ter provas que comprovem as referidas
ilicitudes e, que estamos destruindo-as também? Será que ali dentro foram
destruídas possíveis curas de doenças que poderiam beneficiar a muitos? Aonde
podemos chegar se todos que encontram injustiças, formarem grupos e resolverem
fazer justiça dos seus jeitos? Isso me preocupa, pois, fazer justiça com as
próprias mãos, por mais legítimo que seja seu direito, é retroceder no tempo e
voltar a uma época obscura, onde erros fatais podem ser cometidos.
Acredito que todos nós somos
contra toda forma de maus tratos a toda e qualquer forma vida. O Instituto
Royal tem o direito de se defender, e quem discorda dele, tem todo o direito de
reivindicar justiça para com o mesmo e com os animais que ali estão ou estavam.
Certo é que precisamos aprimorar nossos caminhos institucionais, para que
possamos evoluir como sociedade organizada, e assim buscarmos nossos direitos e
os de outrem da forma correta, até porque, se você fizer valer sua vontade à
força, qualquer um também poderá fazer o mesmo, e então, você poderá ser a
próxima vítima, “justa ou injustamente”.
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